quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Perdão, preciso de um tempo


Só preciso de um tempo...

Quanto mais rápido eu me afastar de você, mais rápido poderei voltar a me aproximar sem sofrer. Já fiz isso tantas vezes, com tantas outras pessoas. Sou quase uma especialista em perder paixões para ganhar amizades.

Só preciso de mais de tempo...

Ainda não sei dormir sem pensar em ti. Sem romper a linha da amizade, desejando-a como minha mulher. Ainda digo boa noite e imagino sua boca na minha e a minha a percorrê-la toda. E me perco nesses pensamentos impróprios de uma amizade. Meu coração se expande, meu sangue flui, um calor me invade. Eu sentiria vergonha se você pudesse me ver assim. Se soubesse o quanto te desejo na intimidade.

Ainda preciso de um tempo...

Para esvaziar meu ser dos desejos impuros de uma não-amizade. Para lavar minha alma com lágrimas. Pois a dor que eu sinto é fruto da semente que jamais deveria ter cultivado. Da paixão desprevenida, unilateral, desgovernada. E a prova se repete a quem não aprendeu a lição de verdade. Um dia teremos apenas uma amizade.


Mas ainda preciso de um pouco mais de tempo...


segunda-feira, 25 de abril de 2016

Estações

No inverno da vida
Vagando perdida
Paixão à deriva

Na primavera do olhar
Brilhando no mar
Sem se afogar

No verão, coração
Boiando sem chão
Eterna oração

No outono, o sumo
Ondas a prumo
Amor sem rumo

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Suave entardecer

Algumas tardes, como esta…

Em que o sol desce manso pelo poente
Nos últimos palmos antes de se deitar,

Em que as sombras se alongam
E fazem nosso corpo espichar,

Em que fiapos brancos de nuvens
Se arrastam pelo azul claro do ar,

Em que o vento brinca com as árvores
E faz nosso cabelo bagunçar,

Quase posso imaginar uma praia,
Quase sinto o balanço do mar,

No gosto salgado dos nossos lábios,
Nos dedos enrugados de tanto nadar,
Na areia grudada nos solados...


Ou será que estou a delirar?

sexta-feira, 17 de abril de 2015

A cruz do vegetariano

A cruz me libertou...
Dos prazeres da carne.
Ainda que me assombrem,
Não mais me atenderão
Os anseios do espírito!
Meu espírito voa livre,
E os prazeres da carne
Não mais me prenderão.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Poema da confiança

Se confiar cegamente em alguém, um dia cairá no buraco.
E quando a cegueira passar, irá se sentir culpado:
Como fui tolo, por todo esse tempo, cego e enganado...
Pois é, depois não diga que não foi avisado!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Pequenas diferenças culturais

As diferenças entre Brasil e França estão longe de acabar na língua. Eu poderia falar aqui de comida, de transportes, de pessoas e até de lixeira no banheiro. Mas prefiro me ater às pequenas coisas. Neste caso elas são redondas, chatas, brilhantes e valiosas, principalmente quando combinadas e acumuladas. Sim, refiro-me às moedas, centavos e reais que mal consideramos quando gastamos. Será mesmo?

Dificilmente sabemos quanto temos em moeda na carteira ou na bolsa. As moedas servem para pequenos trocos e pouco nos importamos em gastá-las, afinal são meio pesadas. Eu costumo juntar moedas para comprar balas, cada um tem sua mania. Mas os franceses, pelo que vi, utilizam boa parte de suas moedas pagar pagar a entrada do banheiro, seja numa estação de trem ou num shopping center, ou mesmo pagar para poder se sentar em uma lanchonete fast food na qual compraram um lanche.

Isso são usos e costumes de cada lugar, claro, não pretendo generalizar nada! Mas são essas pequenas diferenças culturais que nos fazem estranhar o estrangeiro, e não adianta questionar, aceite e pague!


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Receita para um Boneco de Neve

Hoje, com quase 25 anos, fiz meu primeiro boneco de neve. Uma emoção que precisa ser compartilhada e um aprendizado digno de ser passado adiante, para amigos, admiradores, interessados e até para as próximas gerações. Portanto, antes de ter seu primeiro contato com a neve, atenção nesta modesta receita!

Vou ensinar o passo a passo para quem, um dia, deparar-se com a desafiadora tarefa de fazer um bonequinho de neve. Primeiro, escolha um local adequado, com bom acumulo de neve (acho que uns 6cm dá pra começar, se não se importar com a baixa estatura do seu resultado final). Uma pracinha com uma árvore é perfeita. Depois, é preciso juntar a neve e fazer a bola inferior, que será o corpo do boneco. Vale usar os pés para arrastar a neve dos lados e acumular tudo que puder num só lugar. É importante perder o medo de se molhar, uma hora ou outra será preciso tocar, com as luvas, na neve, afinal, para dar vida a um boneco feito desse material, é preciso certos sacrifícios! Feito o corpo, inicie a cabeça. A melhor estratégia é fazer a cabeça fora do corpo e depois colocá-la em cima, mas cuidado pra não escorregar!

Agora é preciso enfeitar sua obra prima, para isso, nada melhor que utilizar materiais que podem facilmente ser encontrados nos arredores do local escolhido, como: galhos para espetar como se fossem as mãos, uma folha fina e comprida coberta com pequenas bolinhas de neve para simular os botões (pra que botões, não sei, se o resto do corpo ficará descoberto, mas é como manda a tradição) e até papel alumínio que foi jogado no chão e era provavelmente de algum lanche de criança, pra fazer a boca, os olhos e o nariz (oras, se você não achar papel alumínio, improvise com outra coisa, costuma-se usar cenoura no nariz!).

Claro que acidentes podem acontecer, eu, por exemplo, quase decapitei meu bonequinho quando tentava grudar o olho direito. Bom, na verdade, eu decapitei o boneco mesmo! Mas, depois do susto, consegui colocar a cabeça no lugar e tudo ficou bem. Para terminar, sugiro um toque pessoal. No meu caso, emprestei meu gorrinho para o boneco que finalmente nascia de meu suor, minhas lágrimas e meus dedos quase congelados! Bem, sei que não fiz um ser humano a partir do barro, mas fiz algo parecido com um bonequinho a partir do gelo.



Última dica: não se esqueça de tirar algumas fotos para a posteridade, ou seja, o álbum de viagens que vai ser admirado uma vez e depois esquecido no armário até que chegue alguma vítima, digo, visita, (des)interessada em registros de uma aventuras na neve!

sábado, 16 de junho de 2012

Um crime por partes

Ela passou pela guarita do prédio, de óculos escuros e sobretudo marrom. Não chovia naquele dia, mas também não fazia sol. Acenou com a cabeça ao porteiro e o funcionário liberou a passagem. Primeiro a vermelha, depois a verde, e as duas grandes malas de rodinhas voltaram a segui-la pela rua. Olhos curiosos poderiam perguntar: para onde vão? O que estão levando? Mas nenhum poderia supor: Quem estão escondendo?

A vermelha estava mais pesada. Ele era mesmo um sujeito cabeça-dura, pensava ela enquanto se aproximava do estacionamento perto da esquina. Entrou e pediu o automóvel sedã branco importado, bancos de couro, câmbio automático. Não era daquele ano, mas fora presente de aniversário de casamento. O manobrista perguntou: A senhora quer ajuda pra por elas no carro?

Não! Não quero nada não! Ela se assustou e, por um momento, se descontrolou. Logo em seguida pediu desculpas, alegou dor de cabeça e aceitou o auxílio do rapaz para colocá-las no porta-malas. Nem passou pela cabeça dele que um dia poderia ser chamado na delegacia, suspeito de auxílio a um crime cabeça, por causa de uma digital.

Ao sentar-se e segurar o volante ela ainda pensou: o que estou fazendo? Tentou se convencer: é tudo parte do plano e não posso mais desistir dele. Tenho que me livrar disso, eu preciso deixá-lo em segurança e estará tudo terminado. Pegou a estrada, pretendia cruzar o limite do município e alcançar o rio antes do anoitecer. Mas essa parte do plano não iria acontecer bem assim.

Foi na rodovia que tudo mudou. O trânsito estava lento, tinha triagem na pista, o policial fez sinal para o carro dela. Ela encostou, tentando manter a calma. O policial checava tudo, procedimento de rotina: documentos em ordem? Deixa eu conferir no sistema. Opa, temos um probleminha aqui, cidadã, parece que não foi pago o imposto deste ano! Como? Ela se assustou, isso não podia estar acontecendo!

Saiu do veículo e tentou argumentar: veja bem, meu marido, ele se foi, quer dizer, ele se vai, ele vai pescar! E eu preciso levar as malas com ele, as malas de rodinhas que estão no carro, ele está nas malas, ou melhor, ele está esperando as malas para descer o rio. Eu preciso me livrar delas, ou seja, entrega-las ainda hoje! O policial assobiou, bateu a mão no bolso e respondeu: Tem como a dona pagar o “imposto” agora?

Tinha. Mas ela ficou sem o dinheiro para pagar o pedágio. Precisou entrar na primeira cidadezinha que viu para procurar um caixa eletrônico. Só vai ter no centro, moça, mas fica pertinho, do ladinho dos Correios, explicou o frentista de macacão azul. E ela pensou: se desse para enviar as malas pelo correio seria bom! Mas quem as receberia? O próprio marido?

Conseguiu tirar o dinheiro, já era quase noite. Quando voltava para o carro, uma senhora comentou com ela: Minha filha, tem alguma coisa cheirando muito mal por aqui, cuidado viu, pode ter xixi de gambá nas rodas do seu automóvel! Ao ouvir isso ela ficou branca como o carro, seu corpo tremeu dos pés à cabeça, a vista escureceu com os óculos e tudo, e desmaiou!

“Notícia urgente! Mulher confessa ter esquartejado o marido, colocado as partes do corpo em sacolas azuis e jogado na beira da estrada!”

Ela acordou com o barulho da televisão. Estava deitada em um sofá tão mole que seu corpo parecia afundar no rio. Olhou em volta assustada e perguntou: Onde estou?

“A mulher está presa na delegacia! O corpo já foi identificado, encontraram a bala fatal na cabeça do marido, que estava na última sacola azul. Mas ainda não acharam as três malas de rodinhas”

Malas de rodinhas? Onde estão minhas malas? Ela se levantou e deu de cara com aquela senhora que havia falado sobre o cheiro ruim que fatalmente escapava do porta-malas. Fui descoberta! Pensou. Mas a senhora lhe abriu um sorriso, ofereceu uma bandeja com biscoitos, perguntou se ela já estava melhorzinha e sugeriu que descansasse ali naquela noite.

Onde está meu carro, senhora? Perguntou. Ora, lá fora querida, na frente dos Correios. Mandei meu neto lavar as rodas com a mangueira para sair o cheiro de gambá! Não se preocupe. Ela sentou-se aliviada e aceitou um biscoito. Começou a prestar atenção ao noticiário. Ainda se falava da mulher que tinha cortado o marido em muitas partes. Nossa, que crime bárbaro! Ela comentou com sua anfitriã. Quem teria coragem para isso? Se a moda pega...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Dois ouvidos e dois celulares



A batalha das operadoras de celular invadiu o jantar lá em casa outro dia. Foi meu irmão que começou a briga. Antes a família toda era da mesma operadora, mas ele quis mudar, tinha uma com mais torpedos grátis. Minha irmã também anunciou que trocaria, mas para outra, a mesma do namorado. Já meus pais não trocariam, são conservadores até nisso.

Resumo da ópera: acabei precisando de outro celular para o novo chip. Nem da empresa do meu irmão, nem da minha irmã. Queria um da mesma empresa daquela gata do serviço.

Fui ao shopping. Comprar um chip novo foi mais fácil do que encontrar o banheiro masculino. Depois fui procurar o celular. Eu queria um daqueles para dois chips, mais prático. Mas sabe aquele oferta “compre 1 leve 2?”. Esquece! Nesse caso, comprar 2 é mais em conta.

- “Alô? Oi Marcelinha, sou eu, é que tô com número novo, anota aí...”

- “Ai que bom, é da mesma operadora que o meu, né?”

- “É... agora podemos ficar horas conversando!”

E os minutos viravam sem preocupar o meu bolso. Por um módica quantia, eu teria horas de bônus todo dia para xavecar aquela gata.

Mas de repente comecei a ouvir a musiquinha do outro celular. Fui buscar, sem parar de falar com a Marcelinha. Era a Julia, minha outra paquera. Pela força do hábito, acabei atendendo.

- “Oi gata, tudo bom...”

Julia no ouvido esquerdo - “Oi bonitão, por onde andou que não me ligou mais?”
Marcelinha no ouvido direito - “Ta doido? Você já tava falando comigo...”

- “É.. to brincando!”

Marcelinha no ouvido direito – “Ah bom, pensei que tava falando com outra pessoa”
Julia no ouvido esquerdo – “Brincando de gato e rato?”

- “Não... é minha mãe...”

Julia no ouvido esquerdo – “O que houve, ela ta bem?”
Marcelinha no ouvido direito – “Você chama sua mãe de gata?”

- “Sim... quer dizer, não!”

– “Sim ou não??”

Aquela conversa estava me deixando maluco, inventei uma desculpa e desliguei. Ufa! Preciso tomar mais cuidado da próxima vez. Ser capaz de escutar pelos dois ouvidos ao mesmo tempo ainda vá lá, mas na hora de falar a coisa complica!

Se um celular consegue acabar com uma relação, dois celulares podem acabar estragando até duas relações!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A jornada da jovem jornalista

(texto que escrevi sobre quem eu sou e por quê decidi fazer jornalismo para o Curso Abril)

Era um poste alto, cheio de plaquinhas, indicando todos os caminhos que eu poderia seguir a partir daquele ponto. Nunca me esqueci da primeira encruzilhada em minha vida na qual eu, sozinha, tive que tomar a decisão de qual caminho seguir. Olhei, atenta, a todas as opções que a vida me oferecia.

As placas mais à esquerda seguiam para a área das exatas e logo foram descartadas. No centro estavam as biológicas. Balancei a cabeça e virei o rosto. Examinei, então, as mais à direita, que iam para a área das humanas. Essas me agradaram. Comecei a ler: direito, administração, design, história, letras, todas pareciam ser interessantes.

Foi então que enxerguei a que indicava o caminho do jornalismo. Nesse momento meus olhos brilharam, senti um frio no estômago e um arrepio. Jornalismo parecia ser um caminho ótimo para mim, pois nele eu poderia aprender um pouco sobre diversos assuntos. A perspectiva de dominar muitos temas com sabedoria me guiaram por essa trilha.

Como exploradora destemida e corajosa, subi a Montanhas das Resenhas, cruzei o Bosques de Informações e Notícias, atravessei lagos desconhecido, como o do Telejornalismo, e até enfrentei o medo que eu tinha das chuvas da Assessoria de Imprensa. Nessa jornada, uma das melhores passagens foi pela praia do Jornalismo Impresso onde deixei textos e crônicas escritos na areia.

Já consigo ver o fim dessa trilha, com mais um poste alto cheio de plaquinhas em uma encruzilhada. Mas, dessa vez, não é a da carreira e sim a da profissão. Outra decisão se aproxima e mais uma vez esta jovem jornalista seguirá uma das muitas jornadas que terá de passar durante a vida.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Trem Bão

Paixão é bão!
Se me disser não,
Já num é tão,
Pois sofrer assim,
É pior pra mim.
Mas se me disser sim...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Luar de estrela

Adoro fazer poesia e outro dia fiz esse soneto para alguém muito especial. Bom, o formato é de soneto, apesar de não ser decassílabo ou dodecassílabo. Na verdade está mais para redondilha maior, hahaha! Mas não poderão me julgar se a métrica não condiz com a forma ou se às vezes até passa de 7 sílabas. Estamos no século 21 gente, sou pós-moderna, posso fazer poesia como bem entender...

Minha fatia de lua,
Sorrindo do céu para a rua,
Meu sono vem embalar,
No seu clarão de luar.

Sou tua estrela d'alva,
Aquela que guía e salva,
Teu sono quero velar
E para sempre te amar.

Com atenção e carinho,
Eu vejo na escuridão
A minha lua crescer.

E mostrarei o caminho,
Para o meu coração
De estrella, feliz em te ter!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Cantora Céu traz ritmo e embalo à noite de Campinas

A última apresentação da cantora Céu no Brasil foi dia 8 de abril no SESC de Campinas. Quem não conhecia a artista e sua banda e teve a oportunidade de ir ao show pela primeira vez encantou-se com as letras curiosas de suas músicas e certamente entrou no embalo ritmado de suas canções. O repertório principal apresentado no SESC, em razão da comemoração de 10 anos da reabertura do clube, foram as composições de Vagarosa (Universal, 2009), segundo álbum lançado pela cantora.

Maria do Céu Whitaker Poças tem 30 anos e é considerada uma das novas caras da música popular brasileira. Sua carreira artística iniciou-se em 2001, mas o maior destaque a ela veio quando o primeiro álbum, Céu (Urban Jungle Records, 2005), conquistou, na primeira semana de vendas, o topo do ranking da conceituada revista norte-americana Billboard, que classifica músicas de artistas revelação nacionais e internacionais nos Estados Unidos. Os discos são produzidos em parte pela própria Céu e em parte pelo também compositor Beto Villares. A cantora é co-autora de 12 das 15 faixas do primeiro CD. No segundo, há músicas de Jorge Bem Jor, como Rosa Menina Rosa e do francês Serge Gainsbourg, como Grains de Beaute.

Mas a cantora e compositora não fica limitada à MPB. Seus ritmos misturam samba, jazz, reggae, hip hop, afrobeat, blues e adquirem um ritmo particular. Ela não é a primeira a fazer esse tipo de experiência e concluir que, hoje, a chamada música popular brasileira vai além da bossa nova pura. A diferença de Céu, porém, está em suas letras interessantes e extremamente poéticas, que brincam com o som das palavras e fazem o português reviver em suas expressões regionais, às vezes desconhecidas ou pouco usuais. “Visgo de Jaca”, por exemplo, composição de Rildo Hora e Sérgio Cabral, diz em suas primeiras linhas: Já caçou bem-te-vi /Esqueceu do sofrê /É o diabo /Gaiolou curió /E calou o mainá. Além disso, é quase impossível ouvir a cadência da música e não entrar no balanço. Até mesmo Céu dança, samba e rebola enquanto canta.

O show iniciou-se com “Cangote” e “Ponteiro”. As letras são curtas e bem exploradas durante a música, fazendo com que a platéia acabe cantando junto, mesmo que não as conhecessem. O espetáculo seguiu descontraído com “Comadi”, “Sonâmbulo” e “Bubuia”, um termo usado em algumas regiões da Amazônia para algo que vai à deriva no rio, ao sabor da correnteza. Depois de mais algumas canções, o público cativo da cantora começou a pedir as mais famosas. Céu atendeu aos fãs e cantou: “Malemolência”, aquela do refrão menino bonito /menino bonito, ai! e “Lenda”, que diz seu nome/ na boca do sapo/ sua boca na minha. Para fechar a noite, “Céu”, “Roda” e “Cordão da Insônia”. O vocal agradável de timbre mais grave e vibrante da cantora segue de forma melodiosa o compasso dado pela guitarra de Guilherme Ribeiro, o baixo de Lucas Martins e a percussão de Samuel Fraga. O som ganha ainda mais corpo e diferencial com os efeitos de mixagem comandados pelo DJ Marco.

Maria do Céu começou a afinar seu tino para a música com o pai, o maestro Edgar Poças. Já as influências nas letras e ritmos vieram de suas viagens a diversos lugares do Brasil e também do exterior, como os Estados Unidos, a Jamaica e países africanos, como a Etiópia. Céu e suas canções tornaram-se bastante reconhecidas internacionalmente e, hoje, ela é considerada um dos nomes representantes da música brasileira. Seus dois álbuns juntos venderam mais de 100 mil cópias fora do país. A cantora também conquistou o Grammy de Melhor Artista Revelação em 2006, Melhor Álbum de World Music Contemporânea em 2007 (Céu) e Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro em 2009 (Vagarosa). Além de outros prêmios como o TIM de Música e o Vídeo Music Brasil nas categorias revelação e MPB, respectivamente.

Para quem gostou e não teve a oportunidade de conferir a apresentação, o próximo show da Céu no Brasil está previsto para o dia 15 de maio em Jundiaí, no Parque da Uva, durante a Virada Cultural Paulista.

(resenha feita no dia 16/04 para a faculdade)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Retomando...

Hoje me deu vontade de registrar aqui uma pequena historinha, meio poética, que escrevi pensando primeiro na forma e depois no conteúdo da mensagem, uma inversão muito interessante proposta pela minha professora de escrita criativa na faculdade. Espero que gostem.

Aventura

O vai e vem do vento causava diversão a quem ouvia o uivo que vinha veloz voar no ouvido.
- Vem, vamos viajar, Vitória convenceu Vicente.
Venderam a vitrola velha e vagaram vária vezes de navio pelo véu esverdeado das vagas.
Venceram agradavelmente o vazio da vida.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O mico do cadeado

Imagine a seguinte situação: você precisa de um cadeado para não deixar sua bagagem “facinho” no hostal em que está hospedada. Não quer gastar muito dinheiro, e por isso compra um cadeado baratinho em uma loja de chineses. Então, na hora em que você vai destrancar sua mala, a chave não entra e você percebe que a porcaria do cadeado está quebrado! Que mico!

Calma, ainda vai ficar pior! Você se arrepende amargamente de comprar porcarias baratinhas e vai pedir ajuda ao funcionário da recepção. Imagine que ele não tenha nenhum tipo de serrinha ou outra ferramenta que possa te ajudar a arrebentar o cadeado. Ao invés disso, ele tenta te explicar onde está localizado o chaveiro mais próximo.

Imagine que você saia desesperada, com a mala, à procura do chaveiro, por que está quase na hora das lojas fecharem. Por isso, entra na primeira que você vê, com facas, tesouras e outros objetos cortantes pendurados. Coloca a mala sobre o balcão, olha sem jeito para o dono e explica o que te aconteceu. Agora imagine que, na pressa, você tenha entrado na loja errada, ali não é um chaveiro e o homem não pode te ajudar! Duplo mico!

Então imagine que você volte a correr até encontrar o verdadeiro chaveiro. Mais uma vez explica a sua situação e consegue finalmente alguém que arrebente o cadeado para você. Muito agradecida, você compra outro cadeado mais decente na loja. Porém, imagine que você faça as somas erradas das moedas que tem e pague menos do que deve. Ou seja, não pagou pela ajuda e ainda tentou sair sem pagar pela compra que fez. Triplo mico!

Acredite ou não, uma situação parecida com essa aconteceu com a irmã da filha da minha mãe e a irmã dela junto.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Caso de polícia

Em Lisboa há vários bondinhos pequenos que correm por trilhos para diversos lugares, como o nº 28, que não vai para o Castelo de São Jorge, mas passa por lá!

Além desses, que são pequenos, há uns maiores, como o nº 15, que vai para a região de Belém. Ele é como se fosse apenas um vagão de metrô, só que externo. O que aconteceu quando estavamos dentro de um deles foi um caso de polícia. Narro aqui a sequencias dos acontecimentos sob meu ponto de vista.

Uma família de turistas alemães entrou no trem e foi comprar o tiquete na máquina de auto-venda. Vi então um homem com uma nota de 5 euros na mão perguntando se era de alguém. Ele se sentou na minha frente. Nisso o alemão começou a gritar em inglês:

- Roubaram todo meu dinheiro e meu passaporte!

A família estava desdeperada. Correram para a frente do trem e foram falar com o motorista. O homem com a nota de 5 guardou o dinheiro na carteira. Vi que havia um senhor com casaco grande na frente de uma porta e outro com paletó puído e cachocol branco na outra porta. Eles se olhavam e pareciam nervosos. O do cachocol tentou forçar a porta para abrir e ele sair, mas o motorista já tinha trancado todos os sistemas de saída. E assim eles ficariam por mais de meia hora!

O senhor do cachecol foi para a parte de trás do trem. Os alemães continuavam com olhares desesperados. Então o senhor com casaco grande puxou do bolso um bolo de notas e devolveu ao alemão, dizendo que havia encontrado no chão (perto da máquina de tiquetes). O outro foi para a parte da frente do trem. Depois os policiais acharam a carteira do alemão na parte de trás.

A operação deu resultado positivo, foi tudo recuperado e os três suspeitos levados. Ou pelo menos eu vi o senhor que devolveu o dinheiro e o da nota de 5, mas o do cachecol não sei o que aconteceu com ele. Depois perguntei à família se já estava tudo bem e parecia que tinham recuperado quase tudo.

Foi sorte a deles de terem percebido tão rápido o furto (se é que realmente foi um) e estarem num veículo onde fosse possível contactar o motorista rápido e pedir para trancar as portas e chamar a polícia.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Razão Crítica do Hamburguer

Eu vim para essa viagem com a intenção de experimentar de tudo. Comi as comidas mais raras, às vezes esquisitas, provei o que não provaria em outras circunstâncias. Por isso, estava determinada a não comer nada conhecido ou em lugares comuns. No entanto, surgiu a ideia de, pelo contrário, provar algo conhecido, mas que, de alguma forma, poderia revelar-se diferente.

Por essa razão resolvi analisar de forma crítica um hamburguer do Mc Donalds. Isto pode parecer uma desculpa para comer nessa lanchonete aparentemente padronizada de fast food norte-americano imperialista e desaculturador. Mas não é. A Razão Crítica do Hamburguer, exposta a seguir, engloba, de forma única, toda uma análise de cores, sabores e preços.

Vamos aos fatos! Pedi um Mc Double sem picles! Exatamente como faço aqui. Só um detalhe: não pude pedir para tirarem os picles, porque isso não era possível. Tive que pedir para fazerem o lanche sem os picles, porque depois de pronto eles não podiam meter a mão no meu lanche! Também pedi o tal "combinado", que equivale a "pedir pelo número", com coca-cola e batata frita médias.

Bom, na realidade não há muito o que se dizer. O preço foi cinco euros, o que equivale a uns treze reais. O sabor pode-se dizer que estava igual, o mesmo hamburguer, o mesmo queijo, o mesmo pão. As cores da lanchonete variavam um pouco, o vermelho foi combinado com o marrom da imitação de madeira, mas mesmo aqui no Brasil essa mudança já é visível.

Bom, talvez a razão tenha sido mesmo a fome...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Bandeiras

No Brasil não se dá muita importância para as bandeiras estaduais.
Quer dizer, claro que elas estão sempre asteadas em lugares públicos,
e talvez se aprenda na escola que existem bandeiras diferentes em cada Estado.

Mas nada comparado ao que se vê na Espanha! O nacionalismo regional aqui é bem mais forte, inclusive o que para nós seriam os Estados, para eles são chamados de Comunidades Autônomas. Assim sendo, cada uma tem sua bandeira e dá muita importância a ela.

Outro tipo de bandeira que está sempre presente são as dos times de futebol. No estádio do Real Madrid, por exemplo, além da bandeira do time da casa, também estavam penduradas as de outros times rivais.

Agora vamos ao que me passou esses dias, quando estava em Toledo, antiga capital espanhola, hoje capital da província de Castilha e La Mancha, próxima de Madrid.

Em uma loja de presentinhos, havia souvenirs como cartões postais, imãs, camisetas, bonequinhos, e outros mais emblemáticos como espadas, touros, leques de flamenco e... bandeiras. Entre a do Real Madrid, a do Barçelona Futebol Clube e a da Espanha, estava também a nossa querida verde e amarela do Brasil.

- Es la más bonita! Eu disse para o vendedor.

- Está en promocion, solo 5 euros! Respondeu ele.

Para uma bandeira estrangeira, estar entre as mais valorizadas do país poderia ser considerado uma honra, além disso, como cópia que era, até que não estava cara. No entanto, ficou a dúvida: será que só a do Brasil estava em promoção?

sábado, 30 de janeiro de 2010

Que tipo de viajante você é?

Considere uma viagem para um lugar não muito distante, que você tenha que fazer sozinho, e os seguintes meios de transporte: carro de passeio, ônibus normal de viagem (não leito), trem de média distância (sem vagão-restaurante) e avião médio, aquele com seis poltronas por fila e um corredor. Agora leia as descrições abaixo e tente descobrir que tipo de viajante você é! Deixe um comentário contando o seu resultado.

Viajante de carro:
Esse viajante é do tipo individualista, não aceita muita ajuda e por isso costuma estar mais cansado que o normal no final do dia. Cumpre suas tarefas em um rítimo próprio, não liga muito para prazos, mas pode passar noites em claro se for preciso. Na vida, gosta de poder fazer suas próprias escolhas e não dar satisfações. Se algo lhe interessa, é capaz de parar tudo que esteja fazendo para observar.
Frase típica: É cada um por si!

Viajante de ônibus:
Esse viajante é do tipo coletivista, que gosta de fazer amigos e não costuma ter muita pressa. Porém é perseverante, quando começa uma tarefa, só pára para comer. No entanto, pode ter uma vida meio atribulada, imprevisível. Quando está com sono, dorme fácil, baba e até ronca. Tem especial interesse nos detalhes, gosta de observar com calma, analisar.
Frase típica: De vagar se vai ao longe!

Viajante de trem:
Esse viajante é do tipo apressadinho, gosta de conhecer pessoas e levar um papo, mas poucas se tornam seus amigos de verdade. Gosta de ser pontual quando se trata de cumprir uma tarefa. Por isso, costuma sempre encontrar o caminho mais fácil para resolver um problema. Quando está cansado, dorme até com a luz acesa. É observador, mas pouco detalhista.
Frase típica: Direto e reto!

Viajante de avião:
Esse viajante é do tipo desconfiado, que prefere não dizer nada quando não há nada para se dizer. A paciência é uma virtude que ele desconhece. Quando tem uma tarefa, enrola para começá-la, porém, quando faz, é rápido e não pára nem para comer. Costuma ser uma pessoa sedentária, que gosta de fazer as coisas sem precisar se levantar muito. Não se liga muito no que ocorre à sua volta.
Frase típica: Os últimos serão os primeiros!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Artistas Anônimos Noturnos


















Outro dia estava andando por Sevilla e me perdi. Bom, foi meio proposital, porque eu já estava de saco cheio de dobrar e desdobrar o mapa da cidade e acabei decidindo por seguir meus instintos de direção. Demorei, mas cheguei de volta no hotel.

Voltando à história, eu estava perdida e entrei por uma rua, não sei bem qual. Foi aí que eu vi umas dez pessoas reunidas em volta uma vitrine de uma loja vazia, na qual havia um cartaz de “aluga-se”. Percebi que estavam colando coisas na vitrine, achei curioso e me aproximei. Eram poesias, poemas e fotografias impressas em papeis presos com durex.

Comecei a ler alguns e logo uma mocinha veio falar comigo. Ela me disse que se eu quisesse poderia pegar qualquer um daqueles papéis e eu, com meu instinto jornalístico, perguntei o que era tudo aquilo. Foi assim que conheci Ainda Libe e seu grupo Mira Por Dónde, composto de artistas anônimos que se reúnem para “presentear transeuntes com poesia e imagem de forma furtiva”, como definem eles mesmos no blog.

Atravessei a rua para tirar uma foto do movimento e conheci Felipe, mais um integrante. Com uma breve entrevista descobri que eles começaram com quatro amigos e agora tinham mais de dez pessoas no grupo, que combinavam os encontros pelo blog e fui convidada a participar com qualquer forma de arte que coubesse em um papel.

Pois é, como me poetizou esse rapaz, “se no te pierdes, no te puedes encontrarte”.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Museus para quem?

Há duas boas idades para se visitar um museu: quando se é estudante ou quando já se está aposentado! Por que? Pois ambos tem desconto na hora de pagar pela entrada. Ok! Para não dizerem que cometo uma injustiça, os bebês e os professores também tem descontos. Mas os primeiros quase não aproveitam, e os segundos não costumam ter muito tempo para museus, a não ser quando estão acompanhando um grupo de estudantes!

Hoje, em plena terça-feira, dia útil de trabalho e escola (pois já voltaram as aulas aqui na Espanha), fui passear pela cidade e visitar museus! Qual não foi a minha surpresa ao me deparar com grandes grupos de "turistas". Somente observando, pude dividí-los em duas categorias: os senhores e senhoras, madrilenhos ou de outras regiões do país, orientais, franceses, americanos e australianos e os meninos e meninas, jovens de Sevilla ou de outras partes mais ou menos perto.

E como é de se supor, todos aproveitando os descontos na entrada dos museus. Aqui em Sevilla, diferente de Barcelona, para esse seleto grupo de visitantes, a entrada ou é bem barata ou é gratuita. Não sei quanto aos jovens escolares ou ao pessoal da terceira idade, mas, para mim, adulta, estudante e sem dinheiro sobrando, nada pode ser mais instigante do que não pagar a entrada de um museu.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mojito Night!

"Todos los jueves barra libre de mojitos!"
Trabalhando no restaurante WAGABOO

Conheci o lugar na quarta feira, quando fui jantar. Conversando com o dono, Jaime, descobri que ele precisava de uma pessoa que fosse boa em Relações Publicas, para ajudá-lo a promover o restaurante dele na noite seguinte, quando seria oferecido Mojitos gratuitos a noite toda! Contei que estudava jornalismo, mas que gostava de socializar com pessoas desconhecidas. Ele ficou interessado e me fez a proposta de trabalho por uma noite!

O pagamento? Dois jantares gratuitos (uns 35 euros cada)!
A tarefa? Conseguir o máximo de e-mails possível dos clientes!
O método? Abordagem suave, conversas simpáticas e risos agradáveis!

Aceitei. E vesti a camisa (literalmente)...

Foi uma experiência curiosa, conversei um pouco com diferentes tipos de pessoa e ainda treinei o espanhol.

Mudei varias vezes de estratégia de discurso, mas basicamente a que mais funcionava era começar perguntando se estava tudo bem, se já conheciam o lugar, se eram ou não de Barcelona, contava que era do Brasil, que estava aprendendo ainda o idioma, depois perguntava se estavam aproveitando o Mojito Nighte e dizia que se queriam receber mais informações, ofertas e promoções poderiam preencher o cartãozinho (só nessa hora mostrava e distribuia os papeis e eles finalmente entendiam meus intentos).

Esse era o momento crítico, no qual deveria perceber se as pessoas queriam ou não preencher o cartão com seus e-mails. Quando se mostravam favoráveis ou indecisos lhes oferecia suavemente a caneta. Enquanto preenchiam me afastava um pouco da mesa, por educação, porque afinal de contas eu estava interrompendo ligeiramente um jantar! Se percebia que não queria preencher, dizia que não era preciso fazê-lo naquele momento e que voltaria depois para recolher.

Depois de uma hora e meia ou duas, tinha comigo 30 cartõezinhos com e-mails! Na saída propus pro meu chefe a troca dos cartõeszinhos pela camiseta! Claro que ele aceitou...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Cadê o motorista?

Três horas da tarde, voltando pra casa para almoçar, estava eu no ônibus de número 50, com o qual percorro cinco pontos ao longo da gran Via Des Cortes Catalanes. Na metade do caminho, mais precisamente no ponto da Universidade, percebo que algo estranho estava acontecendo: o ônibus estava há uns bons minutos já parado, com a porta da frente aberta e sem o motorista!

Cadê o motorista? Pensei.

Será que foi comprar uma revista na banca? Será que foi usar o banheiro? Ou simplesmente deu no pé? Comecei a olhar em volta, levantei e avistei o dito cujo, do lado de fora, de pé, com seu uniforme bordô, em frente à porta e olhando no relógio!

Que coisa mais esquisita...
Saquei minha máquina e tirei uma foto pra comprovar o fato. Vejam!
(Sim, é aquele ali fora, com óculos escuros!)

Depois de mais alguns minutos, surge um outro homem, de cabelos grandes e uniforme bordô, cumprimenta o colega, deve ter pedido desculpas pelo atraso, sobe no ônibus, assume a direção e arranca!

Em Barcelona acontece cada coisa surpreendente, não é mesmo?

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Senso de humor catalão

Podem até dizer que catalão é tacanho (pão duro) e pouco sociável...
Mas ninguém pode negar que possuem um senso de humor "bueníssimo"!
Vejam só o que vi no ônibus outro dia:

Ta escrito: Assento reservado para Papai Noel!

E não quer dizer que é reservado para pessoas idosas não!
Por que havia outros assentos identificados para idosos, gestantes, pessoa com criança de colo e portadores de alguma deficiência.
Esse aí era realmente o do Papai Noel!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Batedores de carteira no metrô!

O metrô de Barcelona leva a fama de ser um dos lugares mais fáceis de se ter uma carteira furtada, ou algum outro objeto! Por isso, há uma série de medidas para impedir essa prática. Por exemplo as câmeras de segurança nas plataformas e corredores. Mas há outras formas. Uma delas eu descobri hoje!

Estava na linha verde por volta das 6 e meia da tarde e o metrô estava bem cheio, principalmente de torcedores do Barça que iam para o jogo! Depois de algumas estações soa no alto falante dentro do metrô a voz do piloto:

"Prestem atenção senhores passageiros, há carteiristas (batedores de carteira) no primeiro vagão!"

Eu imediatamente chequei se minha bolsa estava virada pra frente e coberta pelo casaco e dei umas olhadas pro lado. Mas as pessoas não pareciam tão chocadas com aquela informação. Só a mulher sentada na minha frente começou a rir e fazer gracinha com o aviso do motorista para os filhos dela!

Mais uma estação e novamente a voz do piloto soou no alto falante:

"Prestem atenção senhores passageiros, os carteiristas passaram para o segundo vagão!"

Eu chequei a bolsa mais uma vez e olhei para os lados. Algumas pessoas também estavam se olhando. Um homem do meu lado perguntou para o outro:

- "Em que vagão nós estamos?"
- "No terceiro..."
- "Quem bom, ainda não preciso me preocupar!"

É, talvez esse método funcione, porque eles não passaram para o terceiro vagão, ou seja, intimida um pouco os batedores de carteira!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Trânsito no metrô

Nas estações de metrô de Barcelona há sempre alguns marcadores luminosos com relógios em contagem regressiva, geralmente partido de 5 minutos assim que um trem chega na estação. E aqui os metrôs demoram exatamente o tempo que está indicado nesses marcadores. Porém, na quinta feira à noite, eu vivenciei uma situação fora do comum: um atraso nas linhas de metrô!

Bom, normalmente eu vou e volto da escola de espanhol de ônibus, porque é mais fácil e mais rápido. Acontece que na quinta eu precisava comprar mais bilhete de passagens. Aí, como já tinha descido até um caixa do metrô pra comprar, decidi ir por lá mesmo! Eu tava na linha amarela e tinha dois caminhos possiveis: andar uma estação e trocar pra verde ou andar duas e trocar pra vermelha. Ambas me deixavam a cerca de 4 ou 5 quadras de casa. Descidi pela primeira opção.

Subi no metrô da linha amarela e desci na próxima estação. Foi aí que notei algo muito estranho acontecer! Quando o metrô deixava a plataforma e ainda faltavam uns 2 vagões desaparecerem, ele subtamente parou! E depois de alguns segundo retomou a marcha. Pensei que aquilo era estranho, mas não dei importância. Depois disso andei horrores até a linha verde (me arrependendo de não ter ido de ônibus) e peguei outro metrô.

Duas estações depois, quando ainda faltava quatro para eu descer, o metrô parou, abriu a porta, pessoas entraram e sairam, e ele continuou parado, e continuou mais um pouco (e eu me arrependendo mais ainda de não ter ido de ônibus), e as pessoas começaram a olhar nos seus relógios e eu pensei: isso não é normal. Muitos minutos depois uma voz soou dizendo que havia um problema nas linhas e aquele metrô iria ficar parado por mais um bom tempo! Uau, era um trânsito no metrô de Barcelona!

Mas, ao invés de ficar irritada e cada vez mais arrependida de não ter ido de ônibus, resolvi curtir o momento e pensar como eu faria pra extrair o máximo de "jornalismo" daquela situação. Se eu trabalhasse em algum jornal local tentaria descobrir o que houve, entrevistaria as pessoas, avisaria o chefe pra colocar uma nota no jornal sobre o ocorrido caso o motivo fosse bom, esse tipo de coisa! Até pensei na chamada da matéria:

"Problema nas linhas de metrô causa atraso de mais de 10 minutos".

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

À luz do por-do-sol

Hoje subi no Montjuic, um morro que fica na parte oeste de cidade.

Uma das vias de acesso é pelo teleférico! Custa caro, mas vale a pena!
São cabininhas estreitas, de vidro, com bancos de couro dos dois lados, que sobem e descem sem parar por cabos de aço. São umas trinta mais ou menos.

(Nem preciso dizer que perdi a primeira esperando que ela parasse...)

Bom, eram cinco horas da tarde e o sol estava se pondo, ou seja, deixava a cidade toda iluminada com aquela luz rosa-alaranjada maravilhosa!

O sol do mediterrâneo é um pouco menor do que o sol do Brasil,
uma vez que o Brasil está mais a oeste do que a península hibérica!
Por isso as sombras que ele fazia eram um pouco mais alongadas e...
Ok! Talvez isso não seja inteiramente verdade, mas não faz mal!

O que importa é que, se Barcelona já me parecia bonita à luz do dia,
posso afirmar que ficou mais bonita ainda à luz do por-do-sol!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

"Jamón Crudo, muito prazer"

Conheci o Jamón no meu segundo dia...(aliás, lê-se Ramón!)
Já haviam me alertado sobre ele.
Pensei que não iria gostar!
Achava que seria do tipo forte e sem sal.
Confesso que me enganei!
Ele tem um pouco de gordurinhas nas laterias,
não é forte, mas mesmo assim é muito gostoso!
E há um quadro dele na parede do meu quarto...
Tão bonitinho!!
Ah, meus hospedeiros guardam uma perna dele no balcão da cozinha,
para que sempre possam comê-lo!
Ponho uma foto dele para que possam vê-lo.


El jamón crudo, ou, em português, o presunto cru!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Acento e Lexico

Passei por duas situações parecidas ontem e hoje e formulei uma teoria!

Ontem jantei com meus hospedeiros e um casal espanhol amigo deles, um rapaz arquiteto e uma moça jornalista, interessada em assuntos culturais e também arquitetônicos. Obviamente as conversas da noite giraram em torno de arquitetura e outros assuntos espanhóis. Posso dizer que entendi cerca de 65% do que foi dito.

Hoje almocei com meus hospedeiros e dois brasileiros, um arquiteto que está em Barcelona por uns meses e é gaúcho e uma arquiteta natural de Londrina, mas que vive há vinte anos na Espanha. Obviamente, mais uma vez, as conversas giraram em torno de arquitetura e dessa vez outros assuntos brasileiros. Posso dizer que entendi quase 95% do que foi dito.

Se em ambos os casos o assunto principal foi o mesmo, ou seja, arquitetura, acredito que dois fatores foram fundamentais para o aumento da porcentagem de entendimento: o primeiro é o acento espanhol de pessoas falantes da lingua, que é mais complicado de entender do que o de quem não é naturalmente falante . Obvio! Mas também há o segundo, que poderia ser o léxico, isto é, as palavras utilizadas e as formas de montar as frases com elas.

Dessa forma cheguei, por hora, à teoria de que por mais que um estrangeiro se esforce e seja falante perfeito de outra lingua, dificilmente consegue se desvincular da sua forma de pensar natural, ou seja, aquela com a qual foi ensinado quando estava aprendendo a falar e a raciocinar.

Que curioso né! Portanto se houvesse uma etiqueta no meu cérebro, nela estaria escrito: MADE IN BRAZIL!

domingo, 3 de janeiro de 2010

Nas ruínas de Barcino

Antes desta postagem sobre as minha primeiras impressões da cidade de Barcelona, deveria existir uma outra, com relatos emocionantíssimos sobre a viagem de avião e a curiosa cosmopolitismo dos aeroportos, em particular o que estive três horas sem fazer nada: Lisboa. Porém, eis que esqueci o meu caderno de anotações super jornalístico no bolso da cadeira do avião TAP para Barcelona.


A foto é de um antigo aqueduto romano da cidade de Barcino e foi tirada pelo fotógrafo Pere López.






Começo então falando do dia de hoje! São tantas coisas diferentes... Poderia falar da comida, do inverno, dos turistas que se vê pela rua, dos horários diferentes da Espanha... Mas vou contar sobre a parte histórica-arquitetônica da cidade, pois hoje tive o privilegio de passear com dois entendedores desta área: meus caros hospedeiros Josep Maria Montaner e Zaida Muxi.

O bairro Gótico é o centro velho da cidade. Primeiro estavam nesta região os fenícios, claro. Mas as primeiras fundações são romanas. Então há todo um perímetro de muralhas antigas, conservado em muitos pontos, feito de pedras grandes corroídas por mar, o que denota que provavelmente a água chegava até ali. Hoje, a praia está um pouco mais longe, pois a área foi bastante aterrada para a construção do pôrto marítimo e para maior expansão da cidade.

Também é possível ver por cima das muralhas romanas resquícios da cidade medieval que aqui existiu, com um perímetro bem maior. Mas é engraçado como não se destrói completamente uma cidade, e, sim, se constrói outra por cima, pelos lados ou se utiliza o que já foi feito como moldura e se transforma conforme os costumes vigentes. Assim também ocorre com as casas localizadas no centro. Com mais de 200 anos, são hoje utilizadas como moradias ou lojas sem quase modificações na fachada ou nas disposições internas.

É quase como passear no centro histórico de algumas das cidades mais antigas do Brasil. Digo quase porque a diferença é que umas tem mais de dois mil anos de história e outras no máximo quinhentos. Agora entendo por que passamos tanto tempo aprendendo sobre a Europa nas aulas de história do colégio: há muito mais (pelo menos em termos quantitativos) para se conhecer!

Bom, a história continua, mas não esta aqui. Em alguns dias faço uma nova postagem. Ideias para escrever não me faltam, porém preciso de um pouco mais de vivência!

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Preparativos

Um dia antes de partir para uma experiência completamente nova, faço uma breve retrospectiva dos preparativos e dos passos que foram precisos dar até aqui. Para quem sonha em passar um tempo em outro país, fica a dica!

1. Escolhendo o país: Espanha
Já estive uma vez na Espanha (e em Barcelona) em setembro de 1987. Bom, eu ainda era um feto e estava no útero da minha mãe, mas devo dizer que o local me encantou tanto, que desde sempre resolvi que gostaria de voltar para lá (dessa vez com minhas próprias pernas).

2. Turismo ou negócios?
Só turismo não dá né! Por isso decidi que seria interessante fazer um curso de espanhol (castelhano) apesar de querer muito ir a Barcelona, onde a lingua nativa é o catalão. Espero que isso não seja um problema para mim...

3. Papelada...
Renovar o passaporte, tirar um certificado de que estou matriculada numa faculdade brasileira, o registro de pagamento do curso de espanhol, cartinha das pessoas que me receberão e me hospedarão, passagem de volta marcada. Tudo para ficar claro para o controle de imigração que eu não pretendo ficar lá para sempre (não desta vez).

4. Prévias: guias e filmes
Há mais de um mês, quando a viagem já era certa, adiquiri um belo exemplar de um guia turístico de Barcelona e fui lendo e folheando, para ter uma boa idéia dos pontos mais interessantes que devem ser conhecidos. Outro recurso para me ajudar a me ambientalizar com a cidade foi ver filmes que se passam na Espanha, como "Vick, Cristina, Barcelona" e "Albergue Espanhol".

5. Carregando a mala!
Nunca fiz uma viagem de ficar mais de um mês fora de casa. Até dez dias, leva-se mais ou menos uma quantidade para dez dias. Mas não dá para levar roupa para um mês! O jeito é levar uma quantidade razoável para oito dias e lavar roupa toda semana. ALém disso, estou no verão indo para o inverno. Felizmente nós, brasileiros, não sabemos o que é inverno de verdade, então, por mais que me esforce, sei que vou ter que acabar comprando alguma coisa mais quentinha por lá!

6. Esqueci de alguma coisa?
Esse ítem só poderá ser respondido daqui a dois dias, ou talvez mais, caso eu dê falta de alguma coisa que deveria ter levado, feito, preparado, escrito, arrumado, etc.

É... 2010 tá aê e minha viagem também.
Se tudo ocorrer bem, a próxima postagem virá direto da Jangada de Pedra!