quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O mico do cadeado

Imagine a seguinte situação: você precisa de um cadeado para não deixar sua bagagem “facinho” no hostal em que está hospedada. Não quer gastar muito dinheiro, e por isso compra um cadeado baratinho em uma loja de chineses. Então, na hora em que você vai destrancar sua mala, a chave não entra e você percebe que a porcaria do cadeado está quebrado! Que mico!

Calma, ainda vai ficar pior! Você se arrepende amargamente de comprar porcarias baratinhas e vai pedir ajuda ao funcionário da recepção. Imagine que ele não tenha nenhum tipo de serrinha ou outra ferramenta que possa te ajudar a arrebentar o cadeado. Ao invés disso, ele tenta te explicar onde está localizado o chaveiro mais próximo.

Imagine que você saia desesperada, com a mala, à procura do chaveiro, por que está quase na hora das lojas fecharem. Por isso, entra na primeira que você vê, com facas, tesouras e outros objetos cortantes pendurados. Coloca a mala sobre o balcão, olha sem jeito para o dono e explica o que te aconteceu. Agora imagine que, na pressa, você tenha entrado na loja errada, ali não é um chaveiro e o homem não pode te ajudar! Duplo mico!

Então imagine que você volte a correr até encontrar o verdadeiro chaveiro. Mais uma vez explica a sua situação e consegue finalmente alguém que arrebente o cadeado para você. Muito agradecida, você compra outro cadeado mais decente na loja. Porém, imagine que você faça as somas erradas das moedas que tem e pague menos do que deve. Ou seja, não pagou pela ajuda e ainda tentou sair sem pagar pela compra que fez. Triplo mico!

Acredite ou não, uma situação parecida com essa aconteceu com a irmã da filha da minha mãe e a irmã dela junto.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Caso de polícia

Em Lisboa há vários bondinhos pequenos que correm por trilhos para diversos lugares, como o nº 28, que não vai para o Castelo de São Jorge, mas passa por lá!

Além desses, que são pequenos, há uns maiores, como o nº 15, que vai para a região de Belém. Ele é como se fosse apenas um vagão de metrô, só que externo. O que aconteceu quando estavamos dentro de um deles foi um caso de polícia. Narro aqui a sequencias dos acontecimentos sob meu ponto de vista.

Uma família de turistas alemães entrou no trem e foi comprar o tiquete na máquina de auto-venda. Vi então um homem com uma nota de 5 euros na mão perguntando se era de alguém. Ele se sentou na minha frente. Nisso o alemão começou a gritar em inglês:

- Roubaram todo meu dinheiro e meu passaporte!

A família estava desdeperada. Correram para a frente do trem e foram falar com o motorista. O homem com a nota de 5 guardou o dinheiro na carteira. Vi que havia um senhor com casaco grande na frente de uma porta e outro com paletó puído e cachocol branco na outra porta. Eles se olhavam e pareciam nervosos. O do cachocol tentou forçar a porta para abrir e ele sair, mas o motorista já tinha trancado todos os sistemas de saída. E assim eles ficariam por mais de meia hora!

O senhor do cachecol foi para a parte de trás do trem. Os alemães continuavam com olhares desesperados. Então o senhor com casaco grande puxou do bolso um bolo de notas e devolveu ao alemão, dizendo que havia encontrado no chão (perto da máquina de tiquetes). O outro foi para a parte da frente do trem. Depois os policiais acharam a carteira do alemão na parte de trás.

A operação deu resultado positivo, foi tudo recuperado e os três suspeitos levados. Ou pelo menos eu vi o senhor que devolveu o dinheiro e o da nota de 5, mas o do cachecol não sei o que aconteceu com ele. Depois perguntei à família se já estava tudo bem e parecia que tinham recuperado quase tudo.

Foi sorte a deles de terem percebido tão rápido o furto (se é que realmente foi um) e estarem num veículo onde fosse possível contactar o motorista rápido e pedir para trancar as portas e chamar a polícia.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Razão Crítica do Hamburguer

Eu vim para essa viagem com a intenção de experimentar de tudo. Comi as comidas mais raras, às vezes esquisitas, provei o que não provaria em outras circunstâncias. Por isso, estava determinada a não comer nada conhecido ou em lugares comuns. No entanto, surgiu a ideia de, pelo contrário, provar algo conhecido, mas que, de alguma forma, poderia revelar-se diferente.

Por essa razão resolvi analisar de forma crítica um hamburguer do Mc Donalds. Isto pode parecer uma desculpa para comer nessa lanchonete aparentemente padronizada de fast food norte-americano imperialista e desaculturador. Mas não é. A Razão Crítica do Hamburguer, exposta a seguir, engloba, de forma única, toda uma análise de cores, sabores e preços.

Vamos aos fatos! Pedi um Mc Double sem picles! Exatamente como faço aqui. Só um detalhe: não pude pedir para tirarem os picles, porque isso não era possível. Tive que pedir para fazerem o lanche sem os picles, porque depois de pronto eles não podiam meter a mão no meu lanche! Também pedi o tal "combinado", que equivale a "pedir pelo número", com coca-cola e batata frita médias.

Bom, na realidade não há muito o que se dizer. O preço foi cinco euros, o que equivale a uns treze reais. O sabor pode-se dizer que estava igual, o mesmo hamburguer, o mesmo queijo, o mesmo pão. As cores da lanchonete variavam um pouco, o vermelho foi combinado com o marrom da imitação de madeira, mas mesmo aqui no Brasil essa mudança já é visível.

Bom, talvez a razão tenha sido mesmo a fome...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Bandeiras

No Brasil não se dá muita importância para as bandeiras estaduais.
Quer dizer, claro que elas estão sempre asteadas em lugares públicos,
e talvez se aprenda na escola que existem bandeiras diferentes em cada Estado.

Mas nada comparado ao que se vê na Espanha! O nacionalismo regional aqui é bem mais forte, inclusive o que para nós seriam os Estados, para eles são chamados de Comunidades Autônomas. Assim sendo, cada uma tem sua bandeira e dá muita importância a ela.

Outro tipo de bandeira que está sempre presente são as dos times de futebol. No estádio do Real Madrid, por exemplo, além da bandeira do time da casa, também estavam penduradas as de outros times rivais.

Agora vamos ao que me passou esses dias, quando estava em Toledo, antiga capital espanhola, hoje capital da província de Castilha e La Mancha, próxima de Madrid.

Em uma loja de presentinhos, havia souvenirs como cartões postais, imãs, camisetas, bonequinhos, e outros mais emblemáticos como espadas, touros, leques de flamenco e... bandeiras. Entre a do Real Madrid, a do Barçelona Futebol Clube e a da Espanha, estava também a nossa querida verde e amarela do Brasil.

- Es la más bonita! Eu disse para o vendedor.

- Está en promocion, solo 5 euros! Respondeu ele.

Para uma bandeira estrangeira, estar entre as mais valorizadas do país poderia ser considerado uma honra, além disso, como cópia que era, até que não estava cara. No entanto, ficou a dúvida: será que só a do Brasil estava em promoção?